Descrição
O “Direito à Preguiça” é provavelmente o texto mais conhecido de Paul Lafargue. Publicado em Paris, em 1880. (…) um panfleto que Kautsky considerou “uma sátira política magistral”, Charles Rappoport chamou de “obra-prima de crítica ao regime capitalista” e Jean-Marie Brohm exaltou como um “clássico da literatura francesa”. Na época, os trabalhadores das oficinas parisienses ainda trabalhavam em média 12 ou 13 horas por dia e, às vezes, as jornadas de trabalho estendiam-se a 15, 16 e até 17 horas. Lafargue denunciou a “santificação” do trabalho promovida por escritores, economistas e moralistas. O trabalho, dentro de limites impostos pela necessidade humana do ócio e do lazer, é uma actividade imprescindível à autoconstrução da humanidade. Desde que nos passa a ser imposto em excesso, torna-se uma desgraça. (…) Lafargue, 120 anos atrás, já alertava os trabalhadores para o facto de que a jornada de trabalho poderia ser substancialmente reduzida (segundo ele, poderia ser de apenas três horas), caso os avanços tecnológicos fossem usados em benefício dos que trabalham e não em proveito dos que lucram (…)
“A Arte da Sesta”
Fomos preparados para tudo, menos para o lazer. A incapacidade socialmente incutida para compreender o lazer, levou-nos a conceber o tempo livre como sendo unicamente o inverso do tempo do trabalho: como um tempo que em vez de vender nós devemos comprar dos mercados que nos fornecem o emprego e os equipamentos que permitem este emprego: parques de diversão, cruzeiros, turismo, hotéis, espectáculos, etc… Captado e monetarizado, o tempo continua ainda um bem mercantil do qual, já que se paga, é necessário lucrar o máximo a fim de «tê-lo por seu dinheiro». (Thierry Paquot)
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Campo das Letras, 2002. Com 67 p.; 83 [1] p., pag. converg. ; 21 cm; Broch.
[Bem conservado]
Detalhes
- Autor/a:Paul Lafargue, Thierry Paquot