Dramaturgia de Hamburgo : selecção antológica / Gotthold Ephraim Lessing

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Descrição

Não se pode dizer que a Dramaturgia de Hamburgo tenha exercido uma influência determinante entre os contemporâneos de Lessing. Também a teoria da tragédia, sob o ponto de vista da sua intenção e do efeito pretendido: suscitar o temor e a compaixão, gerando a catarse, um tema central na estética teatral do século XVIII, não teve grandes repercussões práticas, uma vez que este paradigma foi substituído. A interpretação de Lessing continua, porém, a ter relevância no contexto académico da história da receção da Poética de Aristóteles. Por outro lado, é certo que as ideias de Lessing influenciaram a evolução do teatro alemão nos séculos XIX e XX. Pode dizer-se que ele desencadeou, na Alemanha, o interesse por Shakespeare, que contribuiu, juntamente com outros, para a criação de um teatro nacional alemão.

É conhecida a sua influência sobre o jovem Friedrich Schiller, para quem Lessing era um exemplo a seguir. Esta influência é visível nos escritos de juventude acerca do teatro: Über das gegenwartige deutsche Theater [Acerca do teatro alemão contemporâneo] (1782) e Was kann eine gute stehende Bühne bewirken? [Que pode conseguir um bom teatro fixo?] (1784). Evidentemente, Schiller irá, mais tarde, desenvolver a sua própria teoria dramática.

A avaliação da importância da influência de Lessing depende do modo como interpretarmos a sua contribuição para o desenvolvimento do drama burguês, não só a nível teórico, como através da sua própria produção dramática, como Miss Sara Sampson e Emilia Galotti, esta ainda bem presente nos palcos alemães, tal como Minna von Barnhelm no domínio da comédia. O drama Nathan der Weise [Nathan, o sábio] (1778), em verso branco, nem tragédia nem comédia, constitui um caso à parte, pois não se integra na estética teatral da Dramaturgia. Constitui, porém, o ponto final da evolução da estética teatral de Lessing e é a peça mais levada à cena na Alemanha depois de 1945. As 24 encenações de Nathan der Weise em palcos de língua alemã, nos últimos dois anos, acentuam a atualidade da peça – que postula a tolerância entre as três religiões monoteístas: cristianismo, judaísmo e islamismo – no panorama político atual.

(Da introdução de Manuela Nunes)


Fundação Calouste Gulbenkian, 2005. Com 207 [2] p. ; 22 cm; E.
[Muito bem conservado]

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