Descrição
À semelhança do que aconteceu com Maria Judite de Carvalho, a Minotauro recupera a obra completa de um dos maiores escritores portugueses contemporâneos.
Romancista, dramaturgo, tradutor e jornalista português, a obra de Augusto Abelaira foi influenciada pela estética neorrealista, sem nunca se fechar sobre a mesma.
Opositor do regime de Salazar, colaborou no semanário Mundo Literário na década de 40 e da revista Almanaque (coordenada por José Cardoso Pires), no final da década seguinte.
A Cidade das Flores (o seu primeiro romance) encena, na Florença dos anos 30, as vidas de um grupo de jovens que luta pelos seus ideais e se debate com as inevitáveis contradições entre os seus impulsos juvenis e as limitações impostas pelo governo de Mussolini.
Augusto Abelaira publicou o seu primeiro romance em 1959, aos 33 anos. Hoje, decorrido quase meio século, A Cidade das Flores continua a ser reeditada sem nada perder da enorme força da sua mensagem. Embora para poder escapar à censura salazarista o autor tenha situado a acção em Florença, num sistema político datado – a Itália dos anos 30. Escrita num registo muito próximo do teatro, ou até do cinema, a sua construção é admiravelmente moderna. O enredo encena as vidas de um grupo de jovens que luta pelos seus ideais e se debate com as inevitáveis contradições entre os seus impulsos juvenis e as limitações impostas pelo governo de Mussolini. A tomada de consciência de cada um dos protagonistas é, assim, delicada, pura e heróica, como só nessa idade é possível, por vezes com uma carga verdadeiramente trágica, mas nunca deixando de irradiar o esplendor renascentista da cidade onde vivem. O amor, a arte, a amizade, o valor da intervenção, da luta política, a solidariedade são temas que atravessam todo este romance.
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Minotauro, 2022. Com 290 págs.; 24 cm; Broch.
[Muito bem conservado]
Detalhes
- Autor/a:Augusto Abelaira