O Tempo e a Ira / John Osborne

Há que distinguir entre o pessimismo puro e simples, total, da irremediável condição do homem, ideia que não repugna ao público burguês, e o pessimismo qualificado, aquele que reconhece que a situação do homem é sombria, mas admite a possibilidade da sua alteração ou evolução. Esta peça de John Osborne não pertence à produção dramática do pessimismo geral e absoluto. Não propõe remédios, não oferece soluções; e, contudo, nas próprias críticas que veementemente formula está implícita a perfeita resolubilidade dos problemas focados, O amargo descontentamento com a mentalidade conformista e conformada, característico dos angry young men, aqui toma a intensa expressão de um desajustamento e de um protesto do indivíduo perante a sociedade dominada por valores para ele postiços e piegas, do Establishment, sobrevivência de uma ordem social e cultural ultrapassada. John Osborne, com esta peça, iniciou uma autêntica renascença do teatro inglês contemporâneo.

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Lisboa: Minotauro, 1961. Com 190 págs.; 20 cm; Broch.

[Capas com ligeiros sinais de manuseamento; miolo bem conservado; rubrica de posse]