Aulas e Conversas Sobre Estética, Psicologia e Fé Religiosa / Ludwig Wittgenstein

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Descrição

Tradução de Miguel Tamen. Compilado a partir de notas recolhidas por Yorick Smythies, Rush Rhees e James Taylor. Organizadas por Cyril Barrett.

«Tomemos a pergunta: “Como deve ler-se poesia? Qual é a maneira correcta de a ler?” Se nos estamos a referir a versos brancos, o modo correcto de leitura pode ser o acentuá-los correctamente – discutimos até que ponto devemos acentuar o ritmo e até que ponto o devemos camuflar. Uma pessoa diz que devia ser lido deste modo e lê-nos. Dizemos: “Ah, claro. Agora faz sentido.” Há casos de poesia que deve quase ser escandida – quando o metro é absolutamente claro – e outros casos em que o metro se encontra completamente num plano secundário. Tive uma experiência com Klopstock, poeta do século XVIII. Descobri que a maneira de o ler era acentuar o seu metro anormalmente. Klopstock punha u-u (etc.) no princípio dos seus poemas. Ao ler os seus poemas deste novo modo, disse: “Ah Ah, agora sei porque é que ele fez isto.” Que tinha acontecido? Tinha lido já esta espécie de coisas e tinha-me aborrecido sofrivelmente, mas quando li daquele modo especial, intensamente, sorri e disse: “Isto é grandioso”, etc. Mas poderia não ter dito nada. O importante é que eu voltei a ler e a reler. Ao ler estes poemas fiz gestos e expressões faciais que seriam aquilo a que se chama gestos de aprovação. Mas o importante é que li os poemas de um modo inteiramente diferente, mais intensamente, e disse a outros: “Vejam! Assim é que devem ser lidos.” Os adjectivos estéticos não tiveram quase nenhum papel.»

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