Antissemitismo : Uma história / António Fernando Teixeira

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Descrição

Repressão. Marginalização. Intolerância. Perseguição. Fanatismo. Assassínio. Morte.
São algumas das palavras que podem definir a história do antissemitismo, afinal, a história do ódio mais antigo que conhece a humanidade.
Uma execração que assenta as suas razões nunca em algo que os judeus tenham dito ou feito, mas simplesmente naquilo que eram: judeus.
A Antiguidade ostracizou e perseguiu os hebreus porque se apresentavam como povo monoteísta, contrastando com o politeísmo vigente há milénios.

O nascimento do Cristianismo, corolário histórico, religioso e teológico do Judaísmo e do Antigo Testamento, nunca conseguiu olhar os judeus como «irmãos mais velhos», crentes no mesmo Deus, consentâneos na mesma Palavra revelada, olhando-os como adversários e verdadeiros inimigos da fé. A perseguição cultural dava lugar a um combate religioso que se estenderia por cerca de vinte séculos, com contornos profundamente chocantes, perversos e desumanos.

O antissemitismo cristão manifestado e operacionalizado das formas mais díspares, caracterizado com maior ou menor crueldade teológica, semântica e física, pautou a história da peregrinação histórica dos judeus, revelando-se sempre como convivência com traços de profunda repugnância e hostilização.

A acusação de deicídio, imposturice, avareza, rituais satânicos, assassínios rituais, etc., foram constantes ao longo dos séculos, onde as Cruzadas, a Inquisição, as expulsões recorrentes em vários Estados da Europa dita cristã, escreveram com lágrimas e sangue a história do antissemitismo cristão.

Não bastando a banalização do mal manifestado ao povo judeu, com a erupção das teorias racistas de meados e finais do século XIX, consequência já de um Iluminismo antijudaico, o antissemitismo ganharia proporções nunca dimensionadas e jamais imagináveis.

A natureza humana baseada na força e superioridade do sangue foram a verdadeira antecâmera do Holocausto perpetrado pelo regime nacional-socialista nos anos trinta e quarente do século passado.

Com efeito, Hitler e o nazismo incarnam o ódio mais visceral, radical e inumano aos judeus enquanto pessoas e enquanto povo. A Segunda Guerra Mundial foi, verdadeiramente, o palco mais dramático do antissemitismo e dessa perseguição cega e irracional acometida contra os judeus.

Medo, rejeição, pânico, deportação, terror, discriminação, aniquilamento e eliminacionismo são termos que se repetem ao longo de milhares de anos, perpetrados em nome da cultura, a religião, da raça, da errónea consciência da condição e da dignidade humana.

Estudar o antissemitismo é ousar compreender os limites da irracionalidade humana, as fronteiras do absurdo da existência e a insciência da malvadez do homem.

Proibidos de terem fé e de celebrar essa religiosidade, vedados a valorizarem rituais e tradições ancestrais, impedidos de habitar em comunidade no seio de outras comunidades, o ódio ao judeu chegará ao cúmulo de se impedir a sua própria existência enquanto pessoas, justificando-se a barbárie com a argumentação de serem os eternos conspiradores da civilização e o grande obstáculo ao progresso das sociedades.

Não pelo que fizeram, não pelo que disseram, não pelo que escreveram, os judeus foram perseguidos e assassinados pelo simples facto de os seus avós e os seus pais terem sido judeus.

A barbárie venceu o humanismo assim como a irracionalidade triunfou sobre qualquer forma de justeza e hombridade.

A história do antissemitismo aí está para o comprovar, infelizmente.


Imense, 2020. Com 575 págs. ; 24 cm; Broch.
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