Descrição

O António Nobre de Guilherme de Castilho, pelo rigor da construção e a lucidez da análise, vale como uma das peças mais felizes da biografia portuguesa.

VITORINO NEMÉSIO
Diário Popular, 21.6.1950

…Um desses trabalhos biográficos que num país de leitores inteligentes seriam devorados com avidez por todos quantos houverem lido os versos do poeta cuja vida nele se evoca. Guilherme de Castilho tem nestas páginas, escritas com grande simplicidade e um poder de evocação raro em trabalhos do género, momentos em tudo dignos dos melhores momentos da poesia de António Nobre.

JOÃO GASPAR SIMÕES
Diário do Norte, 14.8.1950

Eu disse a diversas pessoas que o seu Nobre estava escrito com uma delicadeza, um pudor, uma contenção, que ninguém, a não ser V., poderia saber usar, por espiritualmente as desconhecerem quase todos os outros (…) De entre as diversas pessoas dadas à crítica nesta terra, só V. poderia ter escrito um Nobre como aquele que firmou. Ir alinhando e coordenando, com ares de cronista insignificante que se abstém de comentar, o pior e o melhor, tudo o que se sabe e se conseguiu descobrir de novo acerca de uma figura, e pôr na coordenação um poder de evocação que não romanceia, como na prosa escorreita um calor de simpatia que é pela figura escolhida e não pela bela demonstração de talento que o texto está sendo — eis o que melhor define e valoriza o seu livro. Não haverá admirador compreensivo de António Nobre para quem ele não fique sendo um vade-mécum indispensável.

JORGE DE SENA

Portucale, 2 série, VI

Creio que o António Nobre de Guilherme de Castilho pode ser considerado como o melhor estudo até agora publicado a respeito daquele que escreveu o livro mais triste que há em Portugal. O estudo talvez definitivo que a vida e a obra de António Nobre estava pedindo. (…) O livro de Guilherme de Castilho é, ao mesmo tempo, biográfico e crítico. Focaliza a vida e a obra do poeta não separadamente, mas em conjunto. É um livro COMPLETO e que possui ainda, para merecer o adjectivo aparentemente exagerado, duas qua-lidades que nem sempre andam juntas: a documentação e o estilo. É um ensaio tão bem escrito quanto bem documentado.

EDSON NERY DA FONSECA

Diário de Pernambuco, Brasil, 11.1.1953

Guilherme de Castilho escreveu uma obra a muitos títulos notável, apoiada numa documentação abundante, acompanhada de uma meditação que já vem de longe. Mais do que uma obra literária, uma obra de amor. Como leitores, ficamos a conhecer inteiramente António Nobre — quase desaparecem as sombras, quase ficam classificados todos os recantos da sua alma. Uma biografia séria e profunda () trabalho digno de admiração e, na verdade, excelentemente delineado e conduzido, além de escrito com a limpidez de um prosador. Como contributo para o conhecimento de António Nobre, torna-se. desde já, indispensável fonte de consulta.

ANTÓNIO QUADROS Diário Popular, 19.7.1950