Descrição
À MANEIRA DE INTRODUÇÃO
Estas páginas foram primeiramente a expressão de um programa radiofónico de verão. Todos os Domingos de manhã, em Rádio-Luxemburgo, este diálogo tinha apenas uma voz, que, à socapa, entrava em vossa casa por meio do aparelho da vossa preferência, à hora a que vos agradava ouvir o desconhecido sem rosto e sem perfil. Menos que uma sombra. Ainda podeis fazer calar essa voz com um simples movimento no interruptor do vosso aparelho. Ainda por cima, é mais divertida uma canção matinal que se trauteia estirado na cama! Mas não irá acontecer o mesmo com o livro entreaberto que pode fechar-se com um movimento da mão, tal como repelimos o amigo importuno, para ficarmos sozinhos com os nossos pensamentos? No entanto, esse nosso encontro de verão na rádio continuou-se: mais de duas mil cartas, em dois meses, testemunharam uma vontade de diálogo. E era como se nos conhecêssemos — alguns escreveram-me isso mesmo — certamente melhor do que conheceis vizinhos taciturnos e fugidios. Pedem-me, amigo leitor, que continue convosco esse mesmo diálogo, num encontro de homem para homem. Porque não?
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