Descrição
Embora o aparecimento e colapso de certos regimes se marquem convencionalmente por datas de pronunciamentos militares, como 28 de Maio de 1926 ou 25
de Abril de 1974, os factores que determinam a ascensão e a queda de tais regimes não se podem precisar com tanto rigor. Este livro, portanto, necessariamente, cobre um período mais longo do que meio século.
[..] Trata-se dum livro de divulgação que exige técnicas de síntese e perspectivização que vão muito para além da simples narração cronológica dos acontecimentos. Como o leitor se aperceber, houve necessidade de tecer o desenvolvimento de vários temas e disciplinas história, economia, sociologia, política, psicologia. Tracei um retrato de Salazar ao mesmo tempo que descrevia as características da cultura portuguesa no ambiente natal e escolar em que decorreu a sua formação. Estou ciente do facto de que um ditador não actua num vácuo e que é apenas a personificação do poder gerado por interesses económicos, sociais, religiosos, que se relacionam. Mas se já houve um homem que controlava pessoalmente os destinos de milhões de indivíduos por sucessivas gerações e em diferentes partes do mundo, foi sem dúvida Salazar.
No livro, a figura de Salazar aparece e reaparece na cena através dos acontecimentos que mais influenciaram o País- a maré alta do fascismo e do nazismo, a guerra civil espanhola, a segunda guerra mundial, as guerras coloniais portuguesas, além de longos períodos de rotineira opressão interna. O planeamento do livro teve como objectivo proporcionar uma perspectiva psicológica da longa duração do regime de Salazar e do seu absurdo rápido desaparecimento da cena política e o ostracismo a que imediatamente foi votado.
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