Descrição
Num compromisso estranho entre o real e a fantasia, em que a marginalidade do inverosímil não é senão a face interior e oculta das emoções e sentimentos humanos mais intensos e visíveis, “O Conto de Inverno” é igualmente o reflexo oblíquo do momento histórico que, com Jaime I, se segue ao período áureo isabelino.
Filiada no pastoralismo bucólico das tradições clássicas antigas, e seguindo os modelos híbridos da tragicomédia renascentista, “O Conto de Inverno” é sobretudo uma história de amor que atravessa as coordenadas dos tempos e das idades, pondo à prova homens e mulheres na teia complexa dos seus relacionamentos, em tudo o que estes têm de mais digno ou ignóbil. É uma história de ciúme incontido e obtuso, de crime e castigo, de paixão, de dor e de morte; mas, como convém ao género, é também uma história de final feliz, em que, pelo eterno ciclo das estações do ano, a Primavera se segue ao Inverno trazendo consigo a reconciliação e o júbilo.
Por entre as malhas do velho conto em que já ninguém acredita, entrelaçam-se os fios paradoxais da perplexidade, do encantamento e da profunda aceitação do irreal ou do apenas improvável, como a genuína tessitura do existir.
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