Descrição
Manuel Domingues Heleno Júnior, mais conhecido como Manuel Heleno, historiador-arqueólogo profissional, simultaneamente cosmopolita, desde cedo manifestou grande paixão por temas ligados à História e à Arqueologia. (Leiria, 1894 – Lisboa, 1970), Iniciou a sua atividade profissional lecionando no Liceu Camões e posteriormente no Liceu de Passos Manuel. De professor assistente convidado a professor auxiliar, chegou, em 1933, a professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido diretor da mesma em 1959. O seu interesse pela História levou-o ao desempenho, em 1921, de funções de Conservador do Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, de onde resultaram ligações com José Leite de Vasconcelos, fundador do museu. Realizou inúmeras intervenções arqueológicas em Portugal, recaindo no domínio do megalitismo, no Alentejo.
A soma de documentação inédita reunida neste volume constituirá, por isso, para quase todos, uma grata surpresa. Do arqueólogo, reter-se-ão aspetos como a introdução em Portugal pela primeira vez de métodos modernos de escavação e a recusa de modelos difusionistas, quando eles estavam em voga; ou a proclamação da raiz europeia profunda da cultura portuguesa. Do diretor de Museu (que, importa sublinhar, lhe deve porventura mais de metade do atual acervo), salientar-se-á o amor à Casa, a defesa corajosa que dela fez em todos os momentos, não olhando a conveniências políticas. Do professor universitário, recordar-se-á o apreço pelo valor científico e intelectual, assim como a exigência, antes de tudo para consigo mesmo, como se vê registado em apontamentos e sumários de aulas. Realçam-se ainda outras duas dimensões, até aqui totalmente ignoradas: a do etnólogo, do humanista de forte raiz leiteana, e a do homem de família, simples e avesso aos atos de celebração social — de que constitui testemunho o comovente texto de seu filho, Manuel H. Domingues Heleno.
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