Literatura Encarcerada / Maria José de Queiroz

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Descrição

Ao longo dos séculos, como norma regular e inquietante, quase todos os sistemas políticos têm privado da liberdade aqueles intelectuais que, mais decididamente do que outros de seus pares, pratiquem o dever número um de todos os pensadores, escritores ou artistas, que é o de contestar o abuso de poder, a estagnação burocrática, o conformismo abúlico.

Dante, Galileu, Cervantes, Padre Antônio Vieira, Cláudio Manuel da Costa, Gonzaga e Alvarenga Peixoto, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Augusto Boal, Frei Betto, Mário Lago, para citar apenas alguns entre milhares de nomes, são exemplos de arbítrio e violências sofridos por quem se oponha ao “diktat” de um dado momento histórico.

Este livro, organizado com o maior zelo e empatia pela escritora Maria José de Queiroz — que, entretanto, não tem experiência pessoal de detenção — oferece-nos dramático balanço da literatura do cárcere. Os corpos podem ser privados de sua liberdade de ir e vir, mas o espírito, não. As memórias, manifestos, cartas, denúncias imortalizados em documentos que os intelectuais detidos produziram, conduzem a urna ética da insubmissão e demonstram, por mais abomináveis que tenham sido as circunstâncias enfrentadas, a verdade fundamental do “Penso, logo existo”, ou de suas variantes, “logo resisto”, ou “logo sobrevivo”.