Descrição
“Cá está. Despertou-me. Foi ela, com o seu bater rítmico, surdo, quem me despertou. Tiro a mão de sob o lençol, toco o capote, tacteio a parte superior que corresponde ao peito, encontro um círculo húmido e aguardo. Matemática, uma gota cai com força, desfaz-se nas costas da mão. Sorrio. Com a mão libertada do lençol da tarimba que é a minha cama, isto é, a parte superior de um beliche de dois pisos em que durmo, procuro a toalha pendurada no varão da cabeceira; dobro-a, torno a dobrá-la e, um tanto amarrotada para que sirva de esponja, coloco-a no sítio húmido onde, entretanto, a goteira já deixara verter por mais duas vezes a sua pesada gota. Agora neutralizei-a.”
Detalhes: