Descrição
Este é um livro sobre um livro. Procura analisar o tecido múltiplo de significações que se cruzam em Cem Anos de Solidão. A leitura está ordenada fundamentalmente sobre dois eixos: as relações de parentesco e o mito de Édipo como um modo de narrar essas relações. A árvore genealógica representa uma história linear e progressiva; o mito de Édipo, uma espiral que condensa o conjunto dos enigmas. A partir daí a crítica se separa em diferentes registros e redes. A análise dos duplos e das relações especulares fundamenta uma possível teoria da ficção. Em Cem Anos de Solidão, a história, a pré-história do presente, aparece “ficcionalizada”” e dramatizada como antagonismo entre dois princípios fundamentais e mostra um jogo de contradições e enfrentamentos que serve de base para a análise formal. Repetições, cisões, deslocamentos, metamorfoses, marcos, a temporalidade e o espaço são indícios que permitem definir os modos de construção do discurso narrativo. A crítica põe em funcionamento esquemas estruturais, psicanalíticos e análises ideológicas numa tentativa de articulá-las e, ao mesmo tempo, superar suas perspectivas parciais no campo literário.
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