Descrição
Encontramo-nos quase no dealbar dum novo século, que, no caso concreto, é também o dealbar de um novo milénio. Um tempo privilegiado sem dúvida para fazer um balanço da história, sobretudo recente, da humanidade, e para perspectivar o seu futuro. Para tanto, indispensável se torna inventariar os problemas com que a humanidade se debate. E, ao falar deles, imediatamente nos ocorrem as palavras óbvias com que costumam ser indicados: a fome, o nuclear, o subdesenvolvimento, o ecológico, o racismo, o totalitarismo, o colonialismo mais ou menos disfarçado, a opressão… Mas serão estes os reais problemas do nosso tempo? É que todos os que enunciámos se situam ao nível do fenomenológico. São para usarmos a imagem feliz de um historiador, o mostrador do relógio por detrás do qual se oculta o mecanismo que determina a marcha dos ponteiros. Para o descobrir, termos talvez que transpor o fenomenológico para nos situarmos no campo da ontologia, da gnoseologia onde encontram, quiçá, explicação os problemas a que aludimos. E encontrar-nos-emos a falar da verdade e do erro, da dúvida e da certeza, da ciência e da fé, do ético e do moral, Como faz Edgar Morin neste livro audacioso e fascinante em que, com a lucidez que o caracteriza e com grande coragem, assume a reflexão fundamental que se impunha para ultrapassar, no debate sobre as grandes questões do nosso tempo, o bricabraque das ideologias.
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