Descrição
“Sento-me aqui nesta sala vazia e relembro. Uma lua quente de Verão entra pela varanda, ilumina uma jarra de flores sobre a mesa. Olho essa jarra, essas flores, e escuto o indício de um rumor de vida, o sinal obscuro de uma memória de origens. No chão da velha casa a água da lua fascina-me. Tento, há quantos anos, vencer a dureza dos dias, das ideias solidificadas, a espessura dos hábitos, que me constrange e tranquiliza. […] Ah, ter a evidência ácida do milagre que sou, e como infinitamente é necessário que eu esteja vivo, e ver depois, em fulgor, que tenho de morrer.”
Detalhes: