Descrição
Domínio negligenciado durante multo tempo pela etnologia tradicional, a organização económica das sociedades ditas «primitivas» só recentemente se tornou objecto de Investigação teórica sistemática. Contra uma ideia bastante difundida — desde os manuais de filosofia aos tratados de economia —, que associava sociedade «primitiva» e modo de produção «elementar», as pesquisas realizadas à luz de uma antropologia económica, não obstante a diversidade das abordagens teóricas, revelaram de modo convergente a diversidade e a coerência interna dos sistemas económicos fora das sociedades industriais e ocidentais.
Neste livro pretende-se fazer uma introdução a estas pesquisas. Primeiramente por uma referenciação das diferentes escolas: nos países anglo-saxónica e , a aplicação da ciência económica; em França, o desenvolvimento do marxismo na antropologia. Seguidamente, partindo desta corrente francesa de inspiração marxista, por uma análise dos objectos estudados e, sobretudo, dos lugares de discussão contraditórios, mostra-se que a construção dos modos de produção e de circulação nas sociedades não capitalistas conduz-nos, não a um corpo de doutrina relativo aos povos «exóticos», sim a interrogações que dizem respeito a toda a ciência social.
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