Descrição
Isabel e as Águas do Diabo não é legitimamente classificável como um romance erótico. Escrito aos vinte e dois anos de idade, aqui tomam pela primeira vez forma alguns dos temas que virão a constituir a base recorrente da obra de Mircea Eliade: o modo como o profano sobrevive no interior do sobrenatural, a presença do sagrado nos gestos e nos afectos do quotidiano.
E, no entanto, alguns elementos inesperados vêm dar uma tonalidade inquietante e ousada a este romance, originalmente publicado em 1930: o protagonista, um jovem escultor europeu que parte para a Índia e vive em Calcutá, onde é hóspede de uma pensão familiar, tenta violar a filha da dona da casa, ensina outra filha a atingir o orgasmo, quer por força participar nos encontros sexuais das suas amigas lésbicas e, finalmente, cansado de saber que Isabel se entrega à masturbação, acaba por precipitá-la nos braços de um desconhecido.
A revista Le Nouvel Observateur chamou a este romance «uma pequena pérola sulfurosa», que aliás compara ao célebre Teorema, de Pier Paolo Pasolini. E adianta que a perversidade do protagonista faz do célebre Valmont de As Ligações Perigosas um rústico desajeitado.
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Livros do Brasil, 2000. Com 171 págs. ; 21 cm; Broch.
[Bem conservado]
Detalhes
- Autor/a:Mircea Eliade