Regionalização : sim ou não? / Organização e prefácio de António Barreto

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Descrição

A regionalização.
Quando, há alguns meses atrás (com a aprovação do célebre mapa…), a discussão atingiu dimensão nacional, os argumentos pró e contra começaram a embaraçar-me.
Não havia dúvida de que os argumentos favoráveis possuíam inegável peso e coerência; mas também aqueles que se manifestavam contra apresentavam razões sobre as quais seria tolo não reflectir.
Anunciava-se (como se anuncia) um referendo, uma discussão prolongada, profundas discordâncias, posições extremadas, alguns chegaram a falar de brechas na coesão nacional… Com o avançar da discussão, algumas das posições começaram a alterar-se ou a assumir subtilezas que anunciavam grandes hesitações e mudanças. Assistiu-se a uns “sins” passarem a “nãos”, e o contrário também aconteceu.
Pensei então que o trabalho de um Editor também abrange a responsabilidade de proporcionar à sociedade alguns meios adicionais de discussão e de intervenção imediata em questões desta importância.
Daí nasceu o projecto deste livro. Convidar a depor, a “dizer de sua justiça” e a confrontar as suas posições, o maior número possível de personalidades dos mais alargados quadrantes políticos, profissionais e sociais.
Pedir-lhes que nos ajudassem a pensar e a decidir sobre questão tão controversa.
A lista inicial aproximou-se da centena de pessoas, o que era quase uma “loucura”. Depois, progressivamente, como é normal nestas coisas, foi-se reduzindo com as desistências, os atrasos, as negativas sempre simpáticas, ou até a total ausência de sinais de resposta.
Ficamos com os que aqui estão.
Agradeço (e muito) ao Dr. António Barreto a sua disponibilidade para coordenar este projecto, para escolher os convida- dos, para efectuar a necessária síntese das respostas.
O seu vivo entusiasmo por esta ideia foi outro dos sinais de que era importante avançar.
Agradeço também (e também muito) a todas as personalidades que gentilmente acederam a participar desta discussão. A sua coragem de deixarem registadas as suas posições acerca de uma questão cuja discussão (provavelmente) não estará nunca encerrada, merece ser relevada e respeitada.
Lamento todos aqueles que, por uma razão ou por outra, sempre justificáveis, não puderam ou não quiseram aceitar o nosso desafio.
Pode pensar-se que o livro, relativamente a outros meios de comunicação, não possui os mecanismos adequados para reflectir e intervir sobre o imediato. Nada mais errado, como aqui se demonstra.
Com a vantagem indubitável de o livro possuir vida mais longa e deixar registadas para o futuro as dúvidas com que as sociedades enfrentam os seus mecanismos de transformação.
Qualquer que seja o resultado deste processo, o importante é que ele tenha existido e possa ser o retrato de uma nação que democraticamente aprendeu a confrontar-se com as suas próprias dúvidas e hesitações.

Nelson de Matos


Lisboa : Dom Quixote, 1998. Com 269 [2] págs. ; 24 cm; Broch. Ver menos
[Muito bem conservado]

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